A saúde mental desempenha um papel fundamental no bem-estar geral e pode impactar significativamente a qualidade de vida das pessoas. Problemas como estresse, ansiedade e depressão são frequentemente reconhecidos como questões de saúde mental que não só afetam o bem-estar emocional, mas também podem manifestar-se fisicamente, por meio de dores de cabeça, insônia, dor no peito e distúrbios estomacais, podendo ser provocada por diversos eventos ou situações, principalmente no ambiente de trabalho onde a maioria das pessoas passa a maior parte do seu tempo, sendo assim cuidar da saúde mental torna-se um aspecto crucial na avaliação do bem-estar no ambiente laboral.
O estudo do BCG revela que 48% dos trabalhadores globais estão lidando com esses sintomas de Burnout. Esse dado é um reflexo claro das crescentes pressões no ambiente de trabalho moderno, onde as demandas são cada vez mais intensas e a falta de atenção de programas que mitiguem esses sentimentos.
Estima-se que o custo econômico total das ausências por doença, perda de produtividade por falta de trabalho, prestação de cuidados informais e perdas de produtividade relacionadas à saúde, também conhecido como presenteísmo, equivale a mais de 100 bilhões anualmente.
Dados do Ministério da Previdência Social apontam que, no ano passado, 27 trabalhadores foram afastados por dia devido a transtornos mentais e comportamentais relacionados ao trabalho. Um total de 10.028 auxílios-doença foram concedidos por este motivo.
É fundamental incentivar os colaboradores a fazer pausas regulares para reduzir o estresse e oferecer sistemas de suporte para lidar com questões de saúde mental para evitar que esses problemas se agravem no ambiente de trabalho.
A importância da gestão da saúde mental
Poucas empresas realizam avaliações formais da saúde mental ou do risco psicossocial de seus colaboradores. No entanto, a falta de uma gestão adequada dos riscos relacionados à saúde mental pode levar a consequências graves, como ações legais e sanções por parte de órgãos reguladores, além de impactos negativos na produtividade e no clima organizacional.
A nova redação da norma NR-01 obrigará as empresas a implementarem medidas para gerenciar esses riscos, garantindo que os colaboradores não adoeçam mentalmente devido à sobrecarga ou a ambientes tóxicos. As empresas deverão realizar avaliações contínuas dos riscos e estabelecer estratégias para prevenir situações de assédio e violência no trabalho. A partir de agora, as empresas terão que fazer a gestão desses ambientes de trabalho para que eles não adoeçam o trabalhador mentalmente. Para que não haja excesso de sobrecarga de trabalho e para que seja garantido um ambiente de trabalho saudável.
A NR-01 exige que as empresas elaborem e mantenham documentos de gestão de riscos e programas de gerenciamento de riscos à disposição para fiscalização. Esses documentos devem ser elaborados e estar disponíveis para a fiscalização quando solicitados, seja pela Inspeção do Trabalho, seja pela representação dos trabalhadores ou outros atores que atuam na fiscalização de segurança do trabalho.
Gerenciar proativamente a saúde mental no ambiente de trabalho é crucial. Isso não apenas ajuda a prevenir problemas graves, como a depressão e a ansiedade, mas também promove um ambiente mais saudável e produtivo. Empresas que investem na saúde mental de seus colaboradores observam benefícios tangíveis, como aumento do engajamento, redução do absenteísmo e maior satisfação no trabalho. Ao incorporar práticas de gestão da saúde mental, como programas de apoio psicológico, treinamentos de conscientização e políticas de apoio, as empresas não só cumprem suas responsabilidades legais e éticas, mas também criam um espaço onde os colaboradores se sentem valorizados e apoiados. Priorizar o bem-estar mental é, portanto, uma estratégia que contribui para a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo da organização.
